Relógio

terça-feira, 18 de setembro de 2012

ARALÍTICO ESPÍRITUAL - PASTOR CLAUDIO A. MORANDI.



Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Hebreus 4:15.
A palavra fraqueza no Novo Testamento, quase não é empregada com um sentido puramente de força física. Ela se refere mais a uma fraqueza mental, moral e emocional, a uma ausência de forças. As fraquezas, por si mesmas, não constituem pecado, mas minam nossa resistência, tornando-nos mais vulneráveis à tentação. No Novo Testamento, a palavra fraqueza aplica-se a certos aspectos da natureza humana que podem pre-dispor-nos ou inclinar-nos a pecar, por vezes até mesmo sem uma decisão consciente de nossa parte. O escritor do livro de Hebreus aplica essa figura ao nosso grande Sumo-Sacerdote e Mediador, o Senhor Jesus Cristo. Como Ele nunca tinha pecado, como nunca tinha cedido à tentação, o que não era o caso dos sacerdotes do Antigo Testamento, nunca necessitara executar o holocausto por si mesmo. Mas já que fora tentado, já que fora provado em todas as coisas como nós o somos, temos um grande Sumo-Sacerdote que pode “compadecer-se das nossas fraquezas”. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados. Hebreus 2:18.
Se ele apenas entendesse o fato de termos fraquezas, já seria o suficiente. Mas a situação é ainda melhor. Ele conhece a sensação que temos em nossas fraquezas e não apenas as deformidades, não apenas a fraqueza em si, não apenas os traumas emocionais e conflitos interiores, mas também a dor que tudo isso nos inflige. Ele compreende as frustrações, aflições, depressões, mágoas, os sentimentos de abandono e solidão, isolamento e rejeição. Aquele que conhece a sensação que temos em nossas fraquezas experimenta toda a gama de emoções que acompanham nossas enfermidades e deformidades. E qual é a prova disso? Em que se baseia o autor de Hebreus para afirmar que Jesus sabia como nos sentimos por causa de nossas fraquezas? Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu Hebreus 5:7-8.
Será que essa oração foi feita em silêncio e tranqüilidade? Não. Ele ofereceu “com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte”. Isso nos fala do Getsêmani, da sua paixão e sofrimento da cruz. O nosso Senhor Jesus passou por tudo isso. Ele sabe o que é chorar com muitas lágrimas. Sabe o que é orar a Deus em prantos. Ele lutou com emoções que quase o despedaçaram. Ele conhece isso. Já passou por isso e pode sentir o que sentimos. Ele sofre conosco. Irmãos estamos diante de um Pai celeste que compreende nossos sentimentos e nos chama para que lhe falemos deles. Por isso, podemos aproximar-nos do trono da graça com toda a confiança, sabendo que encontraremos graça e misericórdia diante dele, nos momentos de dificuldades. Podemos nos achegar a Ele quando precisarmos de perdão, quando sentirmos o peso da culpa de nossos pecados. E podemos nos aproximar também, quando estivermos sendo torturados e atormentados pelo reconhecimento de nossas fraquezas. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. Hebreus 4:16.
A experiência que Jesus Cristo teve na condição de ser humano acha-se agora conosco na pessoa do Espírito Santo, que nos ajuda em nossas fraquezas, havendo uma colaboração mútua, para a cura delas. Mas tem muitas pessoas que não querem ser curadas. Eles preferem serem vítimas dos seus traumas emocionais. O vitimismo as deixa totalmente paralisadas espiritualmente. Para que o nosso Senhor Jesus nos curasse de nossa paralisia, foi necessário Ele ficar paralitico naquela cruz. Lembra-se de que Ele foi pregado na cruz? As costas estavam feridas pelas chicotadas, assim como as suas também ficam feridas às vezes. Jesus deve ter tido muita vontade de remexer-se um pouco, para mudar de posição, para aliviar o peso do corpo, mas não podia se mover. Ele sabe o que você está sentindo meu irmão, minha irmã. Ele conhece a sua profunda dor. O Filho de Deus havia sentido as tamanhas dores que torturavam seu corpo naquela cruz. Somente Jesus conhece aquela sensação de desamparo que eu e você muitas e muitas vezes sentimos. Marcos 15:34 À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Muitas vezes, agradecemos a Deus pelo fato de Jesus haver levado sobre si os nossos pecados na cruz. Mas precisamos lembrar outra coisa. Em sua plena identificação com nossa condição humana, principalmente quando se achava na cruz, ele levou sobre si todos os nossos sentimentos, e carregou as nossas sensações de fraqueza, para que não precisássemos ter que levá-las sozinhos. Não podemos ter nenhuma dificuldade em crer que quando Jesus Cristo foi crucificado, nós também fomos crucificados com Ele. Hoje Cristo é a nossa vida, é esta certeza que nos fornece as bases para termos esperança e sermos curados. O fato de sabermos que Deus não apenas sabe de tudo e nos ama, mas também compreende plenamente o que passamos é um fator altamente terapêutico para a cura de nossos traumas emocionais. Lucas 9:11 Mas as multidões, ao saberem, seguiram-no. Acolhendo-as, falava-lhes a respeito do reino de Deus e socorria os que tinham necessidade de cura.
Qual é a sua necessidade de cura? Em qual área de sua vida há necessidade de cura? A Bíblia esta dizendo que Jesus acolhe e se tiver necessidade de cura, Ele cura. Você pode crê que Ele cura? Então a sua doença é puro vitimismo de sua parte. Você sabe onde encontrar a cura, mas você quer ser curado? Marcos 9:23 Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê.
Muitas vezes, nós, os pregadores, damos aos ouvintes a enganosa ideia de que o novo nascimento irá automaticamente resolver esses problemas emocionais. Mas isso não é verdade. A grande experiência com Cristo, embora seja importante e de valor eterno, não constitui um atalho para a cura de nossos males mentais. Não é uma cura instantânea para nossos problemas de personalidade. É necessário que compreendamos bem isto, primeiro, para que possamos aceitar-nos bem, e permitir que o Espírito Santo opere em nós, de uma forma toda especial, a fim de curar nossas mágoas e complexos. Precisamos entender isso também, para não julgarmos os outros com muita dureza, mas termos paciência com aqueles que demonstram uma conduta contraditória e confusa. Agindo assim, evitaremos fazer críticas injustas e julgamentos errados contra nossos irmãos. Pois eles são pessoas, como nós, com suas mágoas, cicatrizes emocionais e formação errada, e essas coisas interferem na conduta do momento. Se compreendermos bem que a salvação não nos dá uma cura imediata dos males emocionais teremos uma compreensão melhor com relação à doutrina da santificação. É impossível saber o grau de espiritualidade de uma pessoa simplesmente pela observação de sua conduta exterior. Romanos 11:16 E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão.
Quais são suas doenças emocionais? Uma das mais comuns é um profundo sentimento de desvaJor, uma perene sensação de ansiedade, incapacidade e inferioridade, uma vozinha interior que vive a repetir: “Não presto para nada. Nunca serei nada. Ninguém pode gostar de mim. Tudo que faço dá errado.” O que acontece a esse indivíduo quando se converte? Uma parte de seu ser crê no amor de Deus, aceita o perdão de Deus e sente paz por algum tempo. Mas depois, de repente, parece que algo dentro dele acorda e grita: “É tudo mentira! Não creia nisso! Não ore! Não há ninguém lá em cima para escutá-lo. Ninguém pode aliviar sua aflição. Como Deus poderia amar e perdoar a uma pessoa como você? Você é ruim demais!” O que aconteceu? Aconteceu que as Boas-Novas do evangelho não atingiram o mais íntimo recesso de seu ser, que foi traumatizado, que também precisa receber a mensagem do evangelho. Essas cicatrizes profundas precisam ser alcançadas pelo “Bálsamo de Gileade” e por Ele curadas. Jeremias 17:14 Cura-me, SENHOR, e serei curado, salva-me, e serei salvo; porque tu és o meu louvor.
Algum tempo atrás eu li em um livro uma história de um teólogo que havia sido entrevistado por um repórter, desses teólogos que esposam a tese de que Deus está morto, O repórter lhe perguntou: O que é Deus, para o senhor? Deus? Ah, para mim, Deus é aquela vozinha interior que está sempre dizendo: “Ainda não está bom!” Com isso, ele não falou muito acerca de Deus, mas revelou muita coisa sobre seus traumas. E acredito que pessoas doentes assim só podem produzir doutrinas enfermas. Irmãos, como o complexo de perfeccionismo derrota a muitos na caminhada cristã! E como afasta as pessoas do reino de Deus! O Senhor Jesus veio buscar os estropiados e não os perfeitos para levá-los para o Seu reino. Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Mateus 21:31b.
Quando Paulo escreveu sua primeira carta aos coríntios, abordou todos os problemas humanos possíveis e imagináveis, e alguns dos mais inimagináveis. Falou sobre disputas, divisão da igreja em grupos, casos de tribunais, contendas acerca de propriedades e vários tipos de problemas sexuais, desde o incesto até a prostituição. Falou sobre sexo pré-conjugal, conjugal e extra-conjugal. Analisou questões tais como viuvez, divórcio, vegetarianismo, bebedices por ocasião da Ceia do Senhor, dons de línguas, mortes e enterros, o levantamento de ofertas e campanhas pessoais dentro da igreja. Contudo, ele inicia sua carta dizendo que não queria saber nada entre eles, a não ser “Jesus Cristo, e este crucificado”. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 1 Coríntios 2:2. A cura da nossa paralisia está numa Pessoa, Cristo. Amém.

A TI CLAMO - C.H.SPURGEON.



“A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não emudeças para comigo; não suceda que, calando-te a meu respeito, eu me torne semelhante aos que descem à cova”, Sal.28:1

Um clamor é uma expressão natural de sofrimento e uma real semelhança dum estado de espírito que obtemos quando todos os outros modos de se ser ouvido falharam. Mas este clamor deve ser solidário e exclusivo ao Senhor, pois clamar perante um homem é a mais pura perda de tempo e um gastar inútil de nosso fôlego. Assim que pudermos considerar a nossa espontaneidade e prontidão para ouvir ao Senhor e nos apercebermos da Sua habilidade em nos ajudar prontamente, veremos uma boa razão para direccionar todas as súplicas ao Deus de toda a nossa salvação apenas. Será em vão clamar às rochas inócuas até no dia do juízo, mas nossa Rocha Eterna ouvirá sempre e continuamente nossos clamores.
“Não estejas em silêncio para comigo”. Muitos conformados e formalistas contentar-se-ão sempre com meras orações sem respostas, mas suplicantes genuínos nunca se sentirão satisfeitos com tal coisa. Eles nunca se sentirão satisfeitos nem com as próprias respostas à oração, pois irão sempre mais distante ainda, pois recebem reais feitos dos céus, ou então não acharão seu descanso. E as respostas que eles anseiam vir a receber logo ali, fazem-nos temer que Deus se silencie por um simples momento. A voz de Deus é frequentemente terrível, de tal modo que abala as rochas num deserto. Mas o Seu silêncio é igualmente cheio de terror para um suplicante sério. Quando Deus parece estar a fechar os Seus ouvidos, nunca podemos fechar nossas bocas, mas antes devemos clamar ainda mais. Assim que o tom de nossa voz se identificar com a ansiedade real de se ser ouvido, Ele nunca nos negará uma resposta sequer. Que caso medonho seremos nós se nosso Senhor nunca mais nos ouvir! “Não suceda que, calando-te a meu respeito, eu me torne semelhante aos que descem à cova”. Se estamos privados do Deus que ouve as orações, deveríamos estar num estado de desconsolo tal que nem a cova nos calasse, pois cairíamos mais fundo que o inferno. Temos de obter respostas para as nossas orações. O nosso caso é um dos que não podem esperar; certamente que Deus nos trará a paz de espírito a nossas mentes agitadas, pois Ele nunca descobrirá em Seu coração razão para que Seus próprios filhos se atormentem.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Por: Glenio Fonseca Paranaguá

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. Gálatas 5:1.

A religião é um presídio de segurança máxima que o diabo inventou para aprisionar os tontos que buscam a independência de Deus. Ela dá a impressão de que você está livre, mas as suas exigências são asfixiantes. Ninguém pode viver livremente em liberdade condicional. Essa liberdade vigiada é uma mentira do inferno.

Adão se tornou um prisioneiro do pecado e a sua descendência já nasceu algemada. Não há livre arbítrio para o pecador que só pode pecar. Todos nós viemos ao mundo sob a ditadura do pecado e encarcerados ao nosso ego.

Os nossos primeiros pais foram livres antes do pecado. Eles podiam pecar e não pecar. Depois da queda, a história é outra. Nascemos pecadores ou escravos do pecado.

A religião é uma proposta que visa ao homem pecador alcançar a Deus pelos seus méritos, justiça pessoal e boas obras. Ela propõe a aceitação de Deus pelos feitos dos seres humanos que se esmeram na conduta e conquista dos seus direitos de filiação.

O Evangelho é outra realidade. Ele não focaliza o que fazemos para alcançar a Deus, mas o que o próprio Deus fez para nos alcançar, salvando-nos de nós mesmos e nos libertando de nossa teomania, isto é, nossa loucura de querer ser Deus.

A religião escraviza, mas o Evangelho liberta. A religião exige o cumprimento da lei como forma de nossa aceitação. No Evangelho , Jesus cumpre a lei e nos atribui, pela fé, a sua justiça como a realidade espiritual de nossa aceitação. E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras: Romanos 4:6.

A liberdade é um dos patrimônios mais preciosos dados pelo Pai, o Deus de toda a Graça, aos seus filhos amados, que caminham em plenitude rumo à Nova Jerusalém. Nenhum filho de Abba pode andar neste mundo, alegremente, como um bem-aventurado, sob um regime de custódia ou aprisionado em uma gaiola de ouro. Ninguém pode ser feliz vivendo em cadeias de grades de ferro ou em grades invisíveis.

Apresento esta lenda chinesa como uma ilustração bem interessante, para que você possa avaliar os sistemas de aprisionamento usados pela religião, em nome do amor, a fim de sufocar as pessoas que pretendem mantê-las em cárceres apertados. Considere este assunto com toda atenção, pois é preferível um pássaro voando a um bando aprisionado.

O ROUXINOL E A GAIOLA DE OURO

Conta uma antiga lenda chinesa que certo dia o Imperador, passeando pelos jardins do palácio, ouviu cantar um rouxinol. E era tão lindo o seu canto, que as cores pareciam tornar-se mais vivas e o mundo mais belo.

Encantado, determinou que o pássaro fosse capturado e levado ao palácio, para que pudesse ouvi-lo cantar em todas as horas do dia; e que os mais hábeis artesãos recebessem os metais mais preciosos e as gemas mais raras, para que pudessem construir a mais rica gaiola que já se viu neste mundo.

Assim se fez. E ao pássaro extraordinário foi reservado um local de honra, no palácio, onde a esmerada iluminação fazia refulgir todo o esplendor da magnífica gaiola.

Entretanto, o rouxinol definhava a cada dia. As suas penas, antes brilhantes e vistosas, tornaram-se opacas e nunca mais se ouviu o seu canto.

O Imperador ordenou, em vão, que lhe fossem trazidos os mais atraentes e saborosos petiscos, que com as próprias mãos ofertava ao pássaro amado.

Um dia, o rouxinol fugiu. E nem todos os emissários do império, enviados pela China inteira, foram capazes de encontrá-lo novamente.

Então a tristeza dominou o Imperador, minando as suas forças. Em pouco tempo viu-se o poderoso regente preso ao leito, dominado por misteriosa e persistente doença. Fizeram de tudo e de nada adiantavam os remédios receitados pelos maiores médicos do mundo, que para curá-lo, foram chamados.

E veio uma madrugada em que, em meio ao delírio da febre, julgou o Imperador ver ao pé de seu leito o rouxinol.

Queixou-se, desvairado: - Ingrato, eis que te dei tudo de mim! Dei-te a gaiola mais rica que jamais existiu, o melhor lugar do palácio e até mesmo os melhores petiscos do mundo, com as minhas próprias mãos! Eu te amava e mesmo assim me abandonaste!

Respondeu-lhe o rouxinol: - Dizes que me amavas... e, mesmo assim, era mais importante a tua vaidade. Para que todos pudessem ver e ouvir o pássaro maravilhoso que possuías, me encerraste em uma gaiola, ao teu lado, privando-me de tudo que eu mesmo amava. Julgas, acaso, que a gaiola mais rica possa substituir a beleza e a imensidão do céu? Ou que os esplendores do palácio me sejam mais agradáveis que voar livre entre as flores, vendo a sua beleza e respirando o seu aroma, sentindo o calor do sol e o orvalho fresco da manhã?

Certo é que me alimentaste com as tuas mãos e que para mim procuraste os petiscos que melhores julgavas. Mas como podes acreditar que me fossem mais saborosos que os alimentos por mim mesmo escolhidos e por meu próprio bico colhidos?

Porém, não me cabe julgar-te. Sei que é assim entre os homens; o que chamais amor não é senão a satisfação das vossas vontades. Em nome do que dizeis sentir, buscais acorrentar a vós aquele que jurais amar; e não acreditais que alguém vos ame, a menos que se curve a vossos desejos, esquecendo as suas próprias necessidades. O que chamais “dor de amor” é, na verdade, o vosso egoísmo contrariado.

Deixa-me, apenas, mostrar-te o que é o Amor. Porque, embora os emissários que enviaste para capturar-me não me tenham encontrado, eu jamais me afastei de ti; escondi-me em um arbusto do jardim, de onde, às vezes, podia ver-te, sem que me visses.

E renunciei ao canto, que me denunciaria, para desfrutar da liberdade.

Entretanto retorno, agora que precisas de mim. E apenas te peço que não tentes prender-me, ou o Amor se perderia na revolta. É certo que não estarei contigo todo o tempo que quiseres, mas hás de ouvir-me sempre que me for possível.

Deixa-me cantar para ti porque te amo, não porque assim o desejas!

Raiava o dia. E o Imperador, já melhor da febre que o castigara, julgou ouvir um som maravilhoso que se espalhava pelo quarto, trazendo de volta a alegria e as cores da vida. Abriu os olhos para a luz do amanhecer, como se os abrisse para a esperança.

No parapeito da janela, cantando como nunca, estava o rouxinol.

A religião é a gaiola de ouro. É o lugar da clausura e da tristeza, enquanto o Evangelho é a liberdade do Jardim da ressurreição Jesus Cristo. Se você canta acuado, o seu louvor é um lamento. É horrível ver crente religioso cantando sob pressão.

Pouca coisa diz tanto como o canto livre do passarinho liberto. Se você é de fato um filho de Abba, você faz parte do coral alforriado que adora com liberdade, sem medo de ser um bem-aventurado. Felizes são os que vivem fora das gaiolas como rouxinóis diante do trono de Sua Alteza, o Rei dos reis. Aleluia

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O TRIUNFO DA CRUZ
Por: Claudio Morandi



Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. Colossenses 2:14-15.
O triunfo da cruz reside não em nossa força, mas em nossa fraqueza. É importante ressaltar que a maior fraqueza consiste na confiança infundada em nossa pretensa força. O apóstolo Paulo nos diz que, quando somos fortes, ai é que somos fracos. Não há perigo mais avassalador do que viver estribado nesta ilusão de que somos fortes. Aqueles que confiam em seus próprios recursos são os que naufragam, pois “a soberba precede a ruína”. A altivez é a antessala da queda. Na verdade, somos fracos, com coração fraco, mente deturpada e entendimento em trevas. Muitas vezes, combatemos nos outros aquilo que praticamos. A nossa tendência é censurar nos outros aquilo que abrigamos no coração. Sempre que tentamos ostentar uma fachada de piedade, estamos, na verdade, escondendo nossa mediocridade. Muitas vezes proferimos palavras bonitas e carregadas de devoção, mas na verdade tudo isso pode ser uma capa do farisaísmo. Aos olhos de Deus, nossa pretensa força é fraqueza consumada, e nossas justiças são como trapos de imundícia. Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam. Isaías 64:6.
Uma pessoa que já teve uma visão real do Senhor Jesus Cristo e Sua obra consumada na cruz sabe quem realmente é. Deus sabe que nem em você nem em mim habita bem algum e não podemos ser consertados nem melhorados. Se pudéssemos ser melhorados, Deus certamente iria fazê-lo. Mas Deus já viu que não temos conserto, não podemos ser melhorados. Hoje todo esquema da religião é consertar e melhorar as pessoas. Tem muita gente tomando um remédio que não atinge o verdadeiro cerne da doença. Religião é este remédio. Mas a religião cura superficialmente e não trata definitivamente com a doença. A religião cura os sintomas e não a doença. A doença é o pecado e os sintomas desta doença são câncer, AIDS, paralisia e tantas outras. Todos os sintomas são curados pela religião, mas a doença do homem não tem cura. Não há remédio para a tua ferida; a tua chaga é incurável; todos os que ouvirem a tua fama baterão palmas sobre ti; porque sobre quem não passou continuamente a tua maldade? Naum 3:19.
Se não tem cura, tem que morrer. E foi exatamente isso que Cristo fez na cruz. Você e eu acabamos naquela cruz. Deus fez isso em Cristo. Isso é um fato e tudo o que precisamos fazer é crer neste fato. A partir do momento que a palavra da cruz tiver falado ao seu coração através do Espírito Santo você irá apenas crer. É quando cremos em nossa morte e ressurreição com Cristo, que experimentamos o fato de que o nosso pecado foi crucificado e morto. Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado. Romanos 6:6-7.
Você não pode crucificar a si mesmo e você não precisa fazê-lo porque a dois mil anos atrás Deus fez isso por você em Seu Filho Jesus Cristo. O nosso velho homem não vai ser crucificado, mas ele já foi crucificado quando Jesus Cristo foi crucificado. E a maravilha disso tudo é que quando Jesus foi crucificado nós fomos atraídos nele, com a finalidade de morrermos juntamente com Ele. Então, como uma pessoa é liberta do pecado? Simplesmente não vencendo o pecado, mas morrendo para ele. Quando você crê neste fato você experimenta o poder libertador de Deus porque a Bíblia é quem diz, e quando a Bíblia fala, significa que é o próprio Deus quem esta falando. Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o SENHOR é quem fala. Isaías 1:2a.
A pergunta que irei fazer agora é bastante oportuna: você está morto? Quando você crê neste fato como dizem as Escrituras, você irá descobrir que o pecado não tem mais domínio sobre você. Por quê? Porque você morreu para o seu antigo senhor. Vamos ler Romanos 6:14: Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.
Quando nossos olhos são abertos para crermos na verdade da cruz, consequentemente o que se segue é uma vida de provação e perseguição. Quantos de nós já tivemos experiências que do ponto de vista humano era derrota total? No entanto, aquela aparente derrota, Deus a transformou em vitória! Irmãos, essa é a maneira de Deus agir. E nunca nos esqueçamos que o triunfo de nosso Senhor Jesus foi na cruz. O nosso Pai celestial é poderoso na fraqueza, glorioso na humilhação, vivo e vivificador na morte. Somente o nosso Deus é grande o suficiente para ganhar perdendo. Alguém já disse que: “Deus é amoroso o suficiente para amar o que não pode ser amado. Somente Deus é eterno o suficiente para ser tragado pelo tempo e pela morte e ainda sobreviver para contar como foi”. Este é o triunfo da cruz! Leiamos Apocalipse 1:18: e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.
Nós só seremos vitoriosos a partir da cruz, porque fora de Cristo e Sua cruz não haverá triunfo de um maravilhoso domingo de ressurreição. Mas o que nos traz espanto em nossos dias é ver aqueles que mesmo conhecendo a verdade, adotam um modelo doentio de espiritualidade. Estamos vendo hoje o florescimento do humanismo exacerbado, onde tudo gira em torno do homem. O homem é o centro e a medida de todas as coisas. Até mesmo a Igreja do Senhor precisa adequar-se às pesquisas de mercado. A verdade está perdendo o seu valor fundamental para esta geração humanista. Hoje as pessoas estão buscando não a verdade, mas o que funciona. Estamos vendo que os cultos mais frequentados são aqueles que supervalorizam a experiência, ainda que não aferida pela verdade revelada de Deus. Isto é recusar-se a ouvir a Palavra do Senhor. Este povo maligno, que se recusa a ouvir as minhas palavras, que caminha segundo a dureza do seu coração e anda após outros deuses para os servir e adorar, será tal como este cinto, que para nada presta. Jeremias 13:10.
Essa espiritualidade encenada e teatral traz fogo estranho diante do Senhor. Um cristianismo que anula a cruz não pode ser o verdadeiro. Muito pelo contrário, deixa as pessoas cada vez mais vazias. Todas as nossas experiências precisam ser avaliadas a partir da verdade do Evangelho de Cristo e sua cruz.
A fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. Efésios 1:12-13.
O problema de muitos é que estão tão familiarizados com esta verdade e não a tomam como uma realidade espiritual para suas vidas. Algo muito perigoso é alguém assentar-se entre os santos de Deus, a qual Jesus se revela tão poderosamente, e não ser modificado! Quão fatal é não enxergar a fealdade do pecado e a contaminação do coração! Quando uma pessoa não tem prazer em se reunir como igreja, corpo de Cristo, provavelmente ela esteja vivendo em pecado ou então se considera melhor que os outros.Digo isto porque todo aquele que nasceu do alto, almeja ser mais parecido com o Senhor, por isso essa pessoa tem prazer na comunhão. Tem prazer em se reunir. Sabem por que muitos não têm satisfação em se reunir? Porque quando a presença de Jesus é manifesta em Sua Palavra, as coisas escondidas são reveladas. É por isso que “os perversos não prevalecerão na congregação dos justos”. Por outro lado, o povo de Deus abandona a escuridão e se torna livro aberto para ser lido por todos os homens. 2 Coríntios 3:2-3. Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.
É impossível alguém que morreu e ressuscitou com Cristo não manifestar a Sua vida. Se nós como igreja do Senhor não manifestamos a Sua vida, as nossas vidas deixam de ter significado. Cristo triunfou sobre o nosso pecado na cruz, mas agora, pelo caminho da cruz, Ele quer triunfar sobre nós. Em outras palavras, na cruz Jesus venceu o nosso pecado, mas agora Ele quer nos vencer. Ele já te venceu? É somente quando Ele nos vence que seremos os seus verdadeiros servos, porque fomos vencidos. A cruz é triunfante, mas ela precisa trinfar sobre cada um de nós. Pela Palavra de Deus vemos Cristo levando todos os nossos pecados; pecados da pior espécie, da maneira como Ele os viu e avaliou. Deus colocou todos os nossos pecados sobre o nosso bendito Substituto, e tratando com Jesus ali na cruz. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. 2 Coríntios 5:21.
Bendito seja o Deus de toda graça, porque não é só a remissão dos pecados que nos anuncia por meio da morte expiatória de Cristo. A nova criatura tem o privilégio de considerar-se a si mesmo morto para o pecado. Aqui está o segredo precioso de uma vida santa: estamos mortos para o pecado; vivos para Deus. Irmãos, o reino do pecado terminou, porque Jesus triunfou sobre eles na cruz. O que o pecado tem que ver com um homem morto? Absolutamente nada! É por isso que a razão se escandaliza com a cruz, mas a fé a abraça com alegria. O grande historiador Mark Shaw se referindo à morte de Jesus disse: “Onde Deus estava? Enquanto as testemunhas da crucificação viam a Jesus com arrogância, olhando para os céus à espera de um livramento, elas não viram sinal algum de Deus e presumiram que Ele estava ausente. A presença de Deus era despercebida, foi menosprezada e ignorada, porque Deus escolheu estar presente onde ninguém esperava encontrá-lo: no sofrimento, na vergonha, na humilhação, na fraqueza e na loucura da cruz de Jesus Cristo”. Infelizmente a mensagem cruz escandaliza muita gente nos dias de hoje, porque é loucura. Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. 1 Coríntios 1:18.
Eis aqui o segredo do triunfo: a cruz de Cristo. Se Cristo triunfou na cruz, certamente o nosso triunfo é na fraqueza. É quando não podemos, que Ele pode tudo em nós. Não estou pregando nenhuma perfeição, mas uma vida de dependência absoluta do Senhor, porque toda a nossa suficiência vem dele. Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus. 2 Coríntios 3:5. Amém.