Relógio

domingo, 26 de dezembro de 2010

A VONTADE DE DEUS - Glênio Fonseca Paranaguá

“Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” Mateus 6:10

“Minha vontade seja feita, e não a tua”. – foi o que transformou o Paraíso em um deserto. “Tua vontade seja feita, e não a minha”. – foi o que fez do deserto um Paraíso e Getsêmane a porta do Céu. – E. Presencê. No jardim do Éden o homem cruzou com a vontade de Deus e preferiu ficar com a sua vontade caindo no pecado. No jardim de oração, Jesus optou pela vontade de Deus, a fim de libertar o homem do pecado. “Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai : Se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e, sim como tu queres”. Mateus 26:39. Só a vontade de Deus é capaz de nos desobrigar de nossa vontade caída. O homem por sua própria vontade está alienado de Deus e incapacitado de desejá-lo. Mas pela graça soberana de Deus, que é uma manifestação rica de sua vontade plena, pode os homens livremente anelar a pessoa de Deus. “O centro da conversão é a conversão da vontade. Observe o filho pródigo dizer: Levantar-me-ei... irei... direi... pequei... tudo se centraliza na vontade”. Foi neste contexto que J. Escrivá de Balaquer disse: “Se tu queres, Senhor?...eu também quero!” Só o poder da vontade de Deus é possível mudar a vontade do homem, de modo livre e deliberado. Andrew Murray colocou apropriadamente este ponto quando abordou o significado do ministério de Jesus:” A obra de Cristo consistiu em trazer o homem (livremente) de volta àquela vontade de Deus que é o único lugar onde a criatura pode encontrar vida e bem-aventurança”. “Pois. Segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fossemos primícias das suas criaturas”. Tiago 1:18. É a vontade de Deus a condição imprescindível para a salvação do homem. Sem esta operação soberana de Deus nenhum homem pode ser salvo. “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam, mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: a saber, os que crêem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”! João 1:11 a 13. A vontade de Deus é a condição “sine-quanon” para a regeneração de quem quer que seja. E a própria Palavra de Deus demonstra as qualidades essenciais desta vontade. “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” Romanos 12:2. Sabendo que a vontade de Deus é boa , agradável e perfeita, conhecendo o propósito eterno de sua vontade expressa totalmente na pessoa de Cristo, cabe ao homem receber como reação livre, os efeitos eternos da graça de Deus em sua vida. Deus não obriga pela força violando a decisão, mas constrange pelo amor apresentado na persuasão. “Portanto, conhecendo o temor do Senhor, procuremos persuadir os homens “. II Coríntios 5:11a. Na pregação do amor de Cristo revelada no seu sacrifício temos a garantia da ação persuasória. “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. ...Ora tudo provém de Deus que nos reconciliou consigo mesmo, por meio de Cristo, e nos deu o ministério de reconciliação, a saber que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação” II Coríntios 5:14, 18 e 20.
Mme. Guyon afirmava: “Há pessoas que querem dirigir a Deus, ao invés de resignarem-se com a direção divina. Insistem, em indicar ao Todo Poderoso o caminho a seguir, sem se deixarem conduzir por Ele”. A obra da salvação é uma iniciativa da vontade de Deus, que pela sua natureza convence, pela pregação, a decisão humana. “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo, do pecado, porque não crêem em mim”. João 16.8 e 9. “Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação”. I Coríntios 1:21. A persuasão do amor está dentro da vontade de Deus. Quem ama convence amando. Não há maior força do que a força do amor, que vence convencendo, e ao vencer convence que só o amor convence e vence. A vontade de Deus não é imposta ao homem. E todos os benefícios provenientes desta vontade são dons divinos. Mas a Bíblia afirma: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura”. I Corintíos 2:14. O homem natural não recebe nada da verdade de Deus porque esta é loucura para ele. Homem nenhum arrisca a vida por uma loucura absurda. É preciso que um poder o faça ver a Palavra de Deus segundo ela é, a verdade de Deus, ou haverá de perecer eternamente. “Se, pois, o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. ...E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará “. João 8:36 e 32.]
A vontade soberana de Deus exerce tal poder vivificador sobre o coração humano, que este se manifesta aceitando a graça de Deus, como sua única fonte de libertação. A vontade de Deus transforma a vontade do homem , por meio da ação onipotente do Espírito Santo na pregação da Palavra, e esta vontade livremente decide receber os beneficios da graça de Deus. Toda a operação da salvação do homem se encontra na real expressão da vontade de Deus que se manifesta na pregação do evangelho que é o instrumento capaz de salvar todo aquele que nele crer. “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro o judeu e também o grego”. Romanos 1:16. “Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todos aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo. Como, porém, invocarão aqueles em que não creram? Como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam coisas boas”. Romanos 1:16 e 10:12 a 15.
Aqui está o programa da vontade de Deus. Resignar-se a vontade de Deus; conformar-se com a vontade Deus; amar a vontade de Deus.
“A vontade de Deus será cumprida em ti, embora não as faças tu”. Santo Agostinho.

Glênio F. Paraanguá

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.Gálatas 2:20.
O apóstolo Paulo descreve seu ministério de pregação nas cidades da Galácia como um cartaz público do Cristo crucificado. É claro que os gálatas não haviam presenciado a morte de Jesus. Nem Paulo. Mas através da pregação da cruz, Paulo trouxe o passado ao presente, tornando o evento histórico da cruz uma realidade contemporânea. Consequentemente, os gálatas podiam visualizar a cruz e entender que Cristo havia morrido por seus pecados, e então ajoelhar-se diante da cruz, humildemente, para receber de suas mãos o dom da vida eterna, totalmente gratuita e imerecida.
Porém, a mensagem da cruz, como Paulo explicou mais tarde em 1 Coríntios, é uma pedra de tropeço para o orgulho humano, pois afirma que não podemos alcançar a salvação pelas nossas obras. Não verdade, não podemos sequer contribuir para a nossa salvação. A salvação é um dom de Deus, sem absolutamente nenhuma contribuição de nossa parte. William Temple disse:
“Minha única contribuição para a redenção é o meu pecado que precisa ser redimido”.È nesse sentido que Paulo contrasta a si mesmo com os falsos mestres, os judaizantes. Eles pregavam a circuncisão (expressão usada pelos apóstolos para designar a salvação pela obediência à lei) e assim escapavam da perseguição por causa da cruz (Gl 6.12). Ele, por outro lado, pregava Cristo crucificado (a salvação através de Cristo somente) e assim estava sempre sujeito a perseguição (Gl 5.11).Os evangelistas da atualidade têm diante de si esta mesma escolha. Ou agradamos as pessoas dizendo o que elas querem ouvir (sobre a capacidade de salvar a si mesmas) ou dizemos a verdade que elas não querem ouvir (sobre pecado, culpa, juízo e cruz). Podemos escolher entre deixá-las satisfeitas ou despertar a sua hostilidade. Em outras palavras, ou somos infiéis e conquistamos popularidade, ou corremos o risco de nos tornarmos impopulares por causa da nossa fidelidade à Palavra de Deus. Não creio que é possível ser fiel e popular ao mesmo tempo. Paulo sabia que precisava tomar uma decisão. Nós também precisamos.
Nele, que triunfou na cruz. Aleluia!
graça e paz.
espero que voce foi edificado com o artigo.
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DEUS TE ABENÇOE


Pr. Claudio Morandi

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Familia Abençoada!

O que é a Igreja?

Esta é uma pergunta que com muita frequência tem sido levantada por muitos entre o povo que professa o nome do Senhor. Alguns perguntam com sinceridade, com verdadeiro desejo de receber do Senhor luz e entendimento. Outros a fazem, e infelizmente, não diante de Deus. Fazem-na apenas buscando oferecer as respostas que mais satisfazem seus próprios corações e suas próprias cobiças. E daí, a cada ano, década e mesmo a cada século que tem passado, vemos uma situação tão caótica e com grande afastamento do propósito original de Deus em Cristo Jesus para a Sua Igreja.
Que loucura o que vemos hoje no meio da chamada cristandade! Quanta edificação de um nome que não o do Senhor. Nos faz lembrar o desejo e a expressão proclamada antes de Babel: ”…eia, edifiquemos uma cidade e uma torre…e tornemos célebres o nosso nome”. E a consequência foi a confusão de línguas! Quanto desejo de edificação de “domínios”, “impérios”  e tudo em nome de Cristo. Muitas coisas feitas de uma forma que até mesmo o mundo se escandaliza. E no entanto, tudo isso tem sido chamado de “igreja”.  
Deixo abaixo com você o artigo de Austin Sparks que li hoje pela manhã onde ele dá uma resposta a essa pergunta. É certo que esta não é uma resposta completa, mas certamente ela mostra algo que está no coração de Deus.
Que o Senhor possa iluminar os olhos do nosso entendimento e que sejamos encontrados por Ele edificando aquilo que permanecerá diante DEle.
No amor do Senhor.
Cremos que todos aqueles que crêem em Cristo, tendo morrido e ressuscitado com Ele, foram selados pelo Espírito Santo e formam parte do Seu Corpo. Corpo visto e considerado como estando na terra. Seguramente há “um Corpo”(Efésios 4:4). Isto é tão verdadeiro agora como quando o apóstolo escreveu a epístola aos Efésios. Este Corpo é indissolúvel. Sua unidade não pode ser quebrada. Não existe tal coisa como “desligar-se do Corpo de Cristo” ou “amputar membros do Corpo”. Estas são expressões que se utilizam sem prestar a devida atenção na Escritura. Somos obrigados a reconhecer, como uma grande verdade fundamental, a unidade do Corpo. Não somos chamados para formar uma unidade, e sim para reconhecer a unidade que o Espírito Santo de Deus nos assegura. Tentar construir uma unidade com nossas próprias mãos é tão contrário à verdade como tentar fazer e obter justiça para nós mesmos. Deus revela Sua justiça sobre o princípio da fé; acreditamos e a possuímos. Assim também, Deus revela Sua unidade; acreditamos e andamos na luz da mesma. Lamentavelmente, os homens se recusam a submeter-se a justiça de Deus e tentam estabelecer a sua própria justiça; assim mesmo, recusam a unidade de Deus e tentam formar a sua própria unidade. Mas, tanto a justiça como a unidade do homem irá desaparecer como a neblina da manhã; enquanto a justiça e unidade divinas são eternas.

Estamos plenamente de acordo com os senhores quando declaramos que o nosso lema deve ser sempre: primeiro, a verdade; a unidade pode-se; mas a verdade sobre tudo. Se a unidade fosse conseguida à custa da verdade, não poderia ser “a unidade do Espírito” (Efésios 4:3). Muitos, não obstante, caem no erro de pensar que a unidade é algo que eles mesmos têm que estabelecer; entretanto a unidade do Corpo é uma grande realidade, uma verdade substancial, à luz da qual somos chamados a andar e a julgarmos a nós mesmos e a todos quantos nos rodeiam. Não temos, porém competência para formar essa unidade, do mesmo modo que não a temos para remir nossos pecados e conseguir com nossos esforços nossa própria justiça. Esta última, do princípio ao fim, é obra de Deus. Ele revelou Sua justiça; a recebemos pela fé. Ele revelou Sua unidade; a recebemos pela fé; e, assim como seguramente seria um grave erro querermos obter por nossos esforços nossa própria justiça, do mesmo modo é um grave erro procurar produzir nossa própria unidade. Cristo é o centro da unidade de Deus; o Espírito Santo, o poder; e a verdade, a base. Enquanto na unidade produzida pelo homem os senhores irão encontrar com todos os tipos de centros: um homem, uma ordenança, uma doutrina, qualquer coisa que não seja Cristo. Esta unidade pode ser mantida pelos esforços da vontade humana, e se fundamenta na tradição, na conveniência e na razão. Em resumidas palavras, não é nem Cristo, nem é Espírito, nem a verdade; não é de Deus; e o que com Deus não ajunta, espalha (Mateus 12:30).

C. H. Mackintosh